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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Reinos e Rio de janeiros

Hoje tive um sonho, é recorrente esse sonho. Nele eu sempre estou me deslocando de um lugar a outro da cidade e no meio do caminho me deparo com uma facção que impede minha passagem. Se fosse um filme seria um MedMax na favela.
A realidade não esta longe deste sonho, com as estatísticas recentes que 60% da cidade do Rio de Janeiro esta sobre judice de facções e milícias o que sobra para o estado carioca, as guerras diarias já se tornaram rotina.
Pagadores de impostos, prisioneiros, refugiados dentro de nosso próprio território.
Não existe mais a Cidade do Rio de Janeiro ou as Cidades da região metropolitana, o que existe é feudos protegidos por narco-milícias  que permitem ou não sua passagem, sua vida, sem apreço nem um por direitos. Muitos destes são aplaudidos e ovacionados como heróis, e nos protegem de quem ? deles mesmos de outros que fazem o mesmo que eles, será essa uma guerra que estamos inclusos ou que fazemos parte. Quem vigia os vigilantes ?
Estamos em época de eleição e mesmo assim não vejo propostas para integração e união das regiões da cidade, quase como um tabu dizer que nem um dos candidatos a prefeito mesmo com todo aparato policial e politico pode adentrar em regiões da cidade que se propõe a governar ou se entram, fazem em uma região que tenha apreço dos reais governantes da área, não conseguindo adentrar em 2 localidades por conflito de interesses.
Em uma conversa de bar com amigos, debatemos o que houve e como chegamos ate aqui. O Rio de Janeiro tem marcas que não sumiram desde o Brasil império, e cada tentativa de corrigir gera uma nova distorção ( corrigir é um eufemismo). A proclamação da republica por generais com apoio de ex- escravocratas, ex escravos libertos e sem amparo algum (jogados e empurrados para o que se chama de favela hoje) e uma elite altamente corrupta proveniente do império. O caldo perfeito para conflitos por poder. ( como não houve uma união de maiorias e uma derrota imposta a transição suave trouxe magoas e ressentimento).
             A republica velha, o tenentismo, estado novo, republica do café com leite são as tentativas de uma democracia que insistia em dar errado, nunca agradando a oposição de cada governo que via se golpeando de tempos em tempos a democracia. Rio de Janeiro Capital juntava todos os que buscavam o poder. E muitos desses grupos permanecem no Rio de Janeiro mesmo com a ida da capital para Brasília. Getúlio Vargas tem uma corrente de seguidores fortes, o PDT fundado por ele tem em seus quadros Brizola ( cunhado de Getúlio) e seus parentes, tem Ciro gomes (ex- PSDB) entre outros, no atual PSDB temos Aécio neves, neto de Tancredo ( assessor de Getúlio), formam a corrente trabalhista e da republica do café com leite. 
Na outra ponta da disputa tem os tenentistas e os militares 64. tudo isso no rio de janeiro, criando e forçando grupos a se posicionar criando facções e depois milícias.
No governo grupos que sempre trabalham juntos e se apresentam como divergentes em suas campanhas, o casal garotinho e Benedita foram parceiros em seu governo, Sergio Cabral fazia o meio de campo na Alerj, Crivela com suas ligações foi ministro no governo PT e Eduardo subsecretario no governo Cabral. Como se vê , o que chamamos de politica são intrigas familiares, brigas de poder, construções pessoais, e puro ego. O Rio de Janeiro cada vez se divide mais para atender as megalomanias dessas disputas, enquanto não se puder circular livremente, um consenso sobre isso, não é de políticos e sim de politica que o futuro será construído.