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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Todo mundo vai morrer

A saúde é um direito fundamental e um investimento essencial para o desenvolvimento de qualquer nação. No Brasil, um país de dimensões continentais e desigualdades marcantes, o investimento em saúde assume um papel ainda mais crítico. A relação entre a alocação de recursos em unidades médicas, dispositivos médicos e profissionais de saúde e a longevidade da população é direta e incontestável. Essa disparidade pode ser analisada por estado, por renda e por disposição de profissionais.  

Investir em unidades médicas não é apenas uma questão de construir hospitais e clínicas. É sobre criar um ambiente onde a saúde possa ser preservada e as doenças, tratadas eficientemente. Estudos recentes indicam que o Brasil tem avançado na expansão do mercado hospitalar, com um aumento significativo na abertura de novas unidades de saúde, superando o período pré-pandemia. Isso reflete uma tendência positiva, onde mais brasileiros têm acesso a serviços de saúde de qualidade.

Os dispositivos médicos são ferramentas cruciais no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças. A Anvisa, agência reguladora do Brasil, implementou um novo marco regulatório para monitorar os preços de dispositivos médicos, visando contribuir para a redução de custos e aumentar o acesso a esses equipamentos essenciais. Com a tecnologia médica estimada em US$ 15,4 bilhões, dos quais 43,5% são produtos importados, o Brasil mostra um mercado em crescimento e em busca de inovação. Com novos dispositivos necessitam de novos investimentos para implementação e capacitação profissional para o uso desses produtos . 

A abrangência de atendimento é um indicador crucial da eficácia do sistema de saúde. No Brasil, a meta é alcançar a universalidade, garantindo que todos os cidadãos tenham acesso a serviços de saúde de qualidade. A abrangência geográfica de um plano de saúde, por exemplo, pode variar de municipal a nacional, e até mesmo garantir reembolso para atendimentos fora do país. Isso é fundamental em um país onde a distribuição geográfica da população e dos recursos de saúde é tão desigual. A universalização da saúde é uma meta constitucional onde o estado entra com parte das unidades publicas, com parte investimento publico e gestão privada e parte com a saúde suplementar totalmente de capital privado. 

A saúde é um investimento que salva vidas e melhora a qualidade de vida. No Brasil, apesar dos desafios, há um movimento claro em direção a um sistema de saúde  eficiente. Com o aumento dos investimentos em unidades médicas, a regulamentação de dispositivos médicos e a valorização dos profissionais de saúde, o país caminha para garantir que a longevidade seja uma realidade acessível a todos .Com investimentos tanto públicos quanto privados em ampliação de unidades, tecnologia de produtos, academia e técnicas de procedimentos estamos nos destacando como a nação que investe no geral mais em saúde   É um caminho longo, mas os passos dados até agora são promissores para um futuro mais saudável e equitativo. Para completar o sistema de saúde do brasil falta principalmente aumentar o parque industrial da saúde e não ficar tão dependente dos produtos importados como vimos com a COVID19 .

Obrigado. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Querem controlar mas são todos descontrolados

A terceirização da culpa no Brasil é um fenômeno que reflete uma tendência de atribuir a responsabilidade por falhas ou problemas a fatores externos, o que pode impactar negativamente a qualidade do atendimento ao cliente. Esse comportamento é observado tanto em indivíduos quanto em organizações e pode ser uma forma de esconder limitações e fraquezas internas.

 No contexto das unidades hospitalares, a questão da cobrança e pagamento de dívidas é complexa e frequentemente envolve a relação entre pacientes, hospitais e planos de saúde e fornecedores . A cobrança direta ao paciente por despesas hospitalares não pagas pelos planos de saúde é uma prática que levanta questões legais e éticas, especialmente quando consideramos a vulnerabilidade dos pacientes como consumidores. A legislação brasileira, como o Código de Defesa do Consumidor, oferece proteção contra práticas abusivas, mas a aplicação dessas leis pode ser desafiadora na prática. Além disso, a jurisprudência brasileira tem diversos precedentes sobre a cobrança de dívidas hospitalares, que podem fornecer orientação sobre como essas situações devem ser tratadas legalmente. É importante que as partes envolvidas busquem resolver essas questões de maneira justa e equitativa, garantindo que os direitos dos consumidores sejam respeitados e que os prestadores de serviços médicos possam operar de forma sustentável.

No contexto das unidades hospitalares, a terceirização da culpa pode manifestar-se de várias maneiras. Por exemplo, quando ocorrem erros médicos ou administrativos, a tendência pode ser culpar indivíduos específicos ou empresas terceirizadas, em vez de analisar e corrigir os processos que permitiram que tais erros acontecessem. Isso pode levar a um ciclo vicioso de acusações e defesas, sem que haja uma solução efetiva para os problemas subjacentes.

A terceirização no serviço público de saúde, especialmente com a implantação das Organizações Sociais (OSS), demonstra que há uma transferência de recursos públicos para instituições e empresas privadas, com o objetivo de assumirem serviços essenciais à sociedade brasileira, que são um dever constitucional do Estado. Essa transferência de responsabilidades pode resultar em uma precarização do trabalho e em uma redução da qualidade dos serviços prestados aos cidadãos.

Além disso, a terceirização dos serviços de saúde no Brasil tem sido alvo de críticas e discussões legais. A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, conhecida como Lei das Terceirizações, ampliou as possibilidades de contratação de serviço terceirizado, tanto na área meio quanto na atividade principal das empresas. No entanto, essa lei também passou a ser questionada quanto à sua constitucionalidade e ao impacto que poderia ter na qualidade e na acessibilidade dos serviços de saúde.

A relação de cobrança e pagamentos de devedores em unidades hospitalares é outro aspecto que merece atenção. A gestão financeira eficiente é crucial para a sustentabilidade dessas unidades, mas também deve ser realizada de maneira ética e transparente. A pressão para recuperar dívidas não deve comprometer a qualidade do atendimento ou a dignidade dos pacientes.

As questões de pagamento vão sendo transferidas para a próximas instâncias até a judicialização, que demanda anos na esfera empresarial ( na pessoa jurídica) e semanas na esfera civil. Dando a devida proporção erros também cometidos na esfera judicial só será percebido depois de todo procedimento executado e as custas existente. 

O modelo de pagamento pela saúde tem o mesmo problema do sistema de previdência, que já foi reformado recentemente e logo necessitará uma nova reforma, e pouco se fala do modelo de pagamento e contribuição em um pais com a população envelhecendo e com o SUS, e a saúde complementar.  

Em suma, a terceirização da culpa e a gestão de responsabilidades em unidades hospitalares são temas complexos que exigem uma análise cuidadosa. É necessário um compromisso com a transparência, a responsabilidade e a melhoria contínua dos processos, para que o sistema de saúde possa atender adequadamente às necessidades da população brasileira.